segunda-feira, 31 de maio de 2010

As HQs no Brasil




As histórias em quadrinhos começaram no Brasil no século XIX, com um estilo mais satírico - os cartuns, charges ou caricaturas. As primeiras publicações de revistas em quadrinhos no Brasil foi no início do século XX. O mercado editorial sofre grande influência estrangeira dominado pelas publicações de quadrinhos americanos, europeus e japoneses.
A tira é a única vertente dos quadrinhos da qual se pode dizer que desenvolveu-se um conjunto de características profundamente nacional – desenvolvendo características diferenciadas de sua origem. A tira brasileira ganhou uma personalidade muito mais "ácida" e menos comportada do que a americana, sob a influência da rebeldia contra a ditadura durante os anos 1960 e mais tarde de grandes nomes dos quadrinhos underground nos 80.

O início

Os quadrinhos no Brasil tem como pioneiro Angelo Agostini que criou uma tradição de introduzir desenhos com temas de sátira política e social, as conhecidas charges; nas publicações jornalísticas e populares brasileiras. Entre seus personagens populares estavam o "Zé Caipora" e Nhô-Quin" (1869).
Em 1905 surgiu a revista O Tico Tico, considerada a primeira revista de quadrinhos do Brasil. Em 1939 foi lançada a revista O Gibi, nome que se tornaria sinônimo de revista em quadrinhos no Brasil.
Em 1942 surgiu o Amigo da Onça, célebre personagem que aparecia na revista jornalística O Cruzeiro.
Nos anos 1950 havia uma resistência dos editores na criação de personagens brasileiros - a EBAL, empenhada em demonstrar o potencial educacional dos quadrinhos - que nessa época estavam sob críticas moralistas, principalmente nos Estados Unidos, contratou alguns artistas para desenhar matéria cultural, como adaptação de livros e de episódios da história do Brasil.
Nesta época, surge a revista do Jerônimo, publicada pela RGE em 1957, desenhada por Edmundo Rodrigues baseada em uma novela de rádio. Nos anos 1950 surgiram também os primeiros trabalhos independentes de Carlos Zéfiro, mestre do quadrinho erótico.
Os personagens de Maurício de Sousa, criador da Turma da Mônica no fim de 1959 em formato de tira. Só mais tarde, em 1970, suas histórias passaram a ser publicadas em revistas: primeiro pela Editora Abril, depois em (1987) pela Editora Globo e a partir de 2007 pela Editora Panini, recentemente foi lançado Turma da Mônica Jovem versão adolescente da Turma em estilo mangá.

Os anos 1960

Em 1960 foi vencida a resistência dos editores pelas publicações nacionais e surgiu uma revista em quadrinhos com personagens e temas brasileiros - O Pererê, de Ziraldo - um saci, onde suas aventuras tinham um fundo ecológico e educacional. Continuando com a tradição das “tirar”, o cartunista Henfil cria dois personagens contestadores Graúna e Os Fradinhos.
Surgi também vários super-heróis brasileiros: Capitão 7 (mistura de Flash Gordon com Super-Homem), Escorpião (cópia do Fantasma) e Raio Negro (baseado no Lanterna Verde da Era de Prata com o visual do Cíclope do X-Men).
Surge O Pasquim, uma publicação cheia de charges, que apesar da perseguição da censura, criticavam a ditadura incansavelmente. A Editora EDREL, Editora de Revistas e Livro, fundada por Minami Keizi em 1967, foi pioneira no estilo mangá no país,

Os anos 1970

No início dos anos 1970 há uma predominância dos quadrinhos infantis com o início da publicação das revistas de Maurício de Souza. A Editora Abril monta um estúdio artístico, dando a oportunidade para que vários quadrinistas começassem a trabalhar profissionalmente. São produzidas, principalmente, histórias do Zé Carioca e de outros personagens Disney, além de Hanna-Barbera.
No final de 1969 surgiu o artista marcial mascarado Judoka, considerado o principal super-herói brasileiro até então.
Com uma proposta de crítica política e social surge a revista Balão, de Laerte e Luiz Gê, publicada por alunos da USP e com apenas dez números. Entretanto, revelou autores consagrados até hoje - Paulo e Chico Caruso, Xalberto, Sian e o incrível Guido.

Os Anos 1980

Ajudando a estabelecer os quadrinhos underground no Brasil, nessa década se consolidou o trabalho artístico de vários quadrinistas brasileiros – entre eles, Angeli, Glauco e Laerte. Rotulados por alguns como representantes do "pós-underground". Juntos desenharam para a Circo Editorial as revistas Circo e Chiclete com Banana e as aventuras de Los Três Amigos - sátira western com temáticas brasileiras. Separados criaram as personagens Rê Bordosa, Geraldão e Overman e Piratas do Tietê.
Outro quadrinista de sucesso na época e que continuou na década seguinte foi Miguel Paiva, criador dos personagens "Radical Chic", "Gatão de Meia Idade" e desenhista das tiras do detetive "Ed Mort".
Há ainda os personagens Níquel Náusea, de Fernando Gonsales e Pescoçudos, de Caco Galhardo – ambos publicados no jornal A Folha de São Paulo.
Surgi os fanzines, as chamadas publicações independentes. Com o boom das HQs no país em meados dos anos 1980 - causado pelo sucesso da importação da produção internacional de um material inovador - que dera forma a chamada Era de Bronze dos quadrinhos.

Os Anos 1990

Na década de 1990, a História em Quadrinhos no Brasil ganhou impulso com a realização da 1.a e 2.a Bienal de Quadrinhos do Rio de Janeiro em 1991 e 1993, e a 3.a em 1997 em Belo Horizonte.
Em 1995, a Editora Abril Jovem assina contrato com os ilustradores Jóta e Sany, autores do gibi Turma do Barulho. Com uma linguagem irreverente os roteiros eram desenvolvidos a partir da ideia “o humor pelo humor”.
A Turma do Barulho foi um dos lançamentos que mais permaneceu no mercado naquele período. Inicialmente publicada pela Abril Jovem e em seguida pela Press Editora.
Nessa época também apareceu uma nova geração de quadrinistas - Mike Deodato e Luke Ross, dentre outros - que foram contratados para trabalhar com as grandes editoras americanas de super-heróis, Marvel e DC Comics.

Século XXI

Em 2002, surge o personagem infantil Pequeno Ninja em estilo mangá; em 2007, o personagem voltou a estilo infantil.
Em 2008, a Turma da Mônica ganha uma versão adolescente em estilo mangá: Turma da Mônica Jovem. Em 2009 é a vez de Luluzinha, com o título Luluzinha Teen. A Editora As Américas traz de volta a Turma do Arrepio. Em Março de 2010, a Editora Escala lança a revista Didi & Lili - Geração Mangá com versões mangá do personagem do humorista Renato Aragão e sua filha Lívian Aragão.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

História das HQs no Mundo


As primeiras histórias em quadrinhos são datadas do começo do século XX.
Com o avanço da imprensa e dos novos meios de impressão, buscavam-se novos meios de comunicação e expressão gráfica e visual – favorecendo assim, o desenvolvimento desse meio de comunicação de massa.
Entre os precursores estão o suíço Rudolf Topffer, o alemão Wilhelm Bush, o francês Georges Colomb e o brasileiro Ângelo Agostini.
Os primeiros quadrinhos tinham uma conotação humorística, dando assim origem ao nome de comics, que em inglês significa, cômico.
Os temas eram basicamente travessuras de crianças e bichinhos, os boy-family-dog- strips. Algumas destas histórias eram Little Nemo, de Winsor McCay, Mutt & Jeff, de Bud Fisher, Popeye, de E. C. Segar e Krazy Kat, de Georges Herriman.

Na década de 1930, após a crise da Bolsa de Valores de 1929, inicia-se uma nova fase das histórias em quadrinhos, introduzindo mais quatro novos gêneros: a aventura, ficção científica, policial e aventuras na selva – entre eles, Flash Gordon, de Alex Raymond, Dick Tracy, de Chester Gould e Tarzan, de Hal Foster.
Surge também na década de 1930 o primeiro herói uniformizado, o Fantasma, escrito por Lee Falk e desenhado por Ray Moore. Falk também cria o Mandrake, o mágico, desenhado por Phil Davis.
No final da década de 1930, surge o Superman, de Siegek and Shuster – o primeiro super-herói que possui uma identidade secreta. Ele foi criado em 1933, porém só chega às bancas em 1938 pela DC Comics, na revista Action Comics 1.
Com o inicio da Segunda Guerra Mundial, as histórias em quadrinhos passam a despertar os interesses políticos.
Em 1939 surge Namor, o Príncipe Submarino, um híbrido humano-atlante e Tocha Humana, um andróide flamejante, dotado de avançada tecnologia que o contato com o oxigênio, podia inflamar-se. Em 1946, acompanhando o espírito da criação da Organização das Nações Unidas, surge o efêmero All Wiiners Aquad (no Brasil, os Invasores), composto por Namor, Tocha Humana, Capitão América, Miss América e Whizzer.
De 1940 a 1945 foram criados aproximadamente, quatrocentos super-heróis – a história em quadrinhos evolui, expande suas fronteiras, tornando-se parte da cultura de massa. Desta vasta geração de super-heróis destacam-se Batman, de Bob Kane e o Capitão Marvel, de C.C. Beck.
Nos anos de 1950, os quadrinhos foram alvos das maiores críticas. O psiquiatra Frederic Wertham acusa em seu livro, A Sedução do Inocente, os quadrinhos de corrupção e delinqüência juvenil. Defendia que havia um “verdadeiro intento subversivo” por trás dos quadrinhos. Ele argumentava que a Mulher Maravilha representava idéias sadomasoquistas e a homossexualidade da dupla Batman & Robin.
Wertham argumentava ainda que os quadrinhos incitavam a juventude à violência – surgindo daí, um Código de Ética, limitando o alcance e a maneira de enfocar os assuntos.
Como marco do começo da era intelectual dos quadrinhos, com uma valorização do texto sobre a imagem, surgiu Peanuts, de Charles M. Schulz – uma tira de jornal, aparentemente inocente, sobre um grupo de crianças.
Charlie Brown, personagem principal, um menino de seis anos, um perdedor nato – simbolizando a insegurança, a ingenuidade, a falta de iniciativa – um eterno esperançoso; e seu cão Snoopy, um beagle filosófico em cima de uma casa vermelha.
Na década de 1960 inicio-se a Era de Prata dos quadrinhos – uma renovação no mundo dos super-heróis iniciada com o novo Flash da DC Comics. Há uma retomada dos personagens Superman, Mulher Maravilha, Batman e Aquaman.
Com o sucesso da DC Comics, Martin Goodman, diretor da Atlas Comics pediu a seus escritores e desenhistas para criarem super-heróis capazes de fazer frente à Liga da Justiça da América. Surgi daí, o Quarteto Fantástico, criado por Jack Kirby e Stan Lee, pela Marvel Comics, empresa herdeira da Atlas Comics.
Por trás de um grupo de amigos vitimados por um “acidente cósmico” e que acabam ganhando superpoderes, o Quarteto Fantástico fazia um forte paralelo com a mais significativa questão política daquele momento – a Guerra Fria e a paranóia anticomunista.
Segundo René Gomes Rodrigues Jarcem 1, “O Quarteto Fantástico foi à resposta dos quadrinhos ao apelo do dirigente da nação. Eles personalizavam a nova era espacial, na qual seus heróis estavam dispostos a arriscar tudo, até mesmo à própria vida, para estar a um passo adiante da ameaça vermelha”.
Com o sucesso do Quarteto Fantástico, foram criados novos heróis da Marvel que estão em destaque até os dias atuais como o Homem- Aranha, Hulk, Thor, Home de Ferro,
X-Men entre outros.
Na década de 1970, surgem os quadrinhos underground, vendidos de mão-em-mão. Dentre as publicações mais conhecidas estão: Crumb, de Gilbert Shelton, S Clay Wilson, Victor Moscoso e Bill Griffin; Ken Parker, de Berardi e Milazzo, Corto Maltese, de Hugo Pratt e O Clic, de Milo Manara.
Nos anos 80, os americanos criam o grafic novel, romance gráfico; direcionado para o público adulto. Frank Miller; faz uma releitura de Batman, e cria Elektra Assassina; David Gibbons e Alan Moore criam Watchmen e Neil Gaiman cria Sadman – violência, insanidade, sensualidade e dúvidas existências passam a habitar os quadrinhos.
Na década de 1990, é fundada a Image Comics, composta pelos melhores desenhistas de historias em quadrinhos da Marvel Comics e DC Comics – trazendo dois momentos históricos para o mundo das HQs – a colorização computadorizada e a influencia dos Mangas, os quadrinhos japoneses na caracterização dos personagens – influenciando nos traços dos desenhistas americanos.
No inicio dos anos 2000, após o ataque terrorista de 11 de setembro nos EUA, há um resgate ao estilo da arte dos pioneiros dos quadrinhos da Era de Prata e da década de 1980. Com o avanço tecnológico do cinema, passa-se a fazer adaptações desses super-heróis, como por exemplo, Homem-Aranha, Elektra, Quarteto Fantástico, X-Men, Batman, Hulk, entre outros.

Teoria das Ondas

A história do feminismo pode ser dividida em três ondas. A primeira do ´seculo XIX e início do século XX; a segunda onda nas décadas de 1960 e 1970, e a terceira do início da década de 1990 até os dias atuais.
Essas três ondas são responsáveis pelas transformações ocorridas no mundo ao longo dos séculos – que alteraram a vida em sociedade, o modo de trabalho e produção, a política e o comportamento humano.
A primeira onda é a passagem da sociedade nômade para a sociedade agrícola. O domínio do solo transformou a civilização, que além de tirar a subsistência, se fixa nele. As famílias passam a ser multigeracionais e trabalham juntas – consumindo o que produziam.
A segunda onda surgiu com o advento da Revolução Industrial, assolando o mundo no século XVIII. Transformando o modo de produção, fazendo com que as pessoas deixassem o campo e passassem viver nos centros urbanos, trocando o trabalho do campo pelas fábricas. Transformando-se em famílias nucleares, onde os papéis em relação ao trabalho e à vida em sociedade fossem redefinidos.
A terceira onda que se mantém até hoje, iniciou-se na segunda metade do século XX; tendo como prepulsores a crise de energia, o advento do conhecimento e a globalização – entre inúmeros fatores que se relacionam nesta cadeia de mudanças.

A Mulher e a Terceira Onda

Com o início da terceira onda, a mulher foi que mais mudou. Com a pós-modernidade, ela deixa de ser submissa ao marido e passa a trabalhar fora, buscando seu espaço e seu tempo. O movimento feminista da década de 60 é um marco para essas mudanças e conseqüências da nova ordem social que começava a se propagar.
Segundo Hall (2005) o movimento feminista “ abriu, portanto, para a contestação política, arenas inteiramente novas de vida social: a família, a sexualidade, o trabalho doméstico, a divisão doméstica do trabalho, o cuidado com as crianças, etc (...) O feminismo questionou a noção de que os homens e as mulheres eram parte da mesma identidade, a ‘ Humanidade´, substituindo-a pela questão da diferença sexual”.
Na segunda onda, o homem passa a ser o provedor do sustento da família, através do resultado de seu trabalho – ficando o homem o papel de fazer o trabalho econômico direto, assumindo a responsabilidade de forma historicamente mais avançada de trabalho. A mulher fica o papel de tomar conta da forma mais antiga de trabalho. O marido avançado para o futuro e a esposa permanecendo no passado.
Através do movimento feminista, esse esteriotipo foi questionado – a mulher passa a conquistar ao longo das últimas décadas um novo espaço e um novo papel na sociedade – lutando, principalmente pela conquista de seu espaço no mercado de trabalho.
A mulher pós-moderna, com a adequação à sociedade de informação, foi ganhando aos poucos, a oportunidade de exercer qualquer tipo de atividade que eram apenas exercidas por homens. Conquista a independência financeira, adiando a constituição da família, prioriza a carreira profissional ao invés da maternidade. Tudo isso acaba lhe proporcionando também a independência emocional e psicológica.

O Feminismo










O Feminismo é um discurso intelectual, filosófico e político que tem como meta, direitos iguais. Nasceu de uma reação coletiva contra a aversão ao feminino e a opressão histórica para com as mulheres. Engloba diversos movimentos que advogam pela igualdade para homes e mulheres e a campanha pelos direitos das mulheres e seus interesses.
A história do feminismo pode ser dividida em três “ondas”. A primeira teria ocorrida no século XIX e início do século XX; a segunda onda nas décadas de 1960 e 1970, e a terceira teria ido da década de 1990 até a atualidade.
O feminismo mudou, principalmente, as perspectivas predominantes em diversas áreas da sociedade ocidental – da cultura ao direito.

Origens
Com início do Renascimento e a desestruturação do modo de produção feudal, há um retrocesso na condição da mulher na sociedade ocidental – passam a ter parte de seus direitos civis restringidos, como direito a herança e direito a propriedade; passam a ter um universo restrito de profissões, justamente quando o trabalho passa a ter um valor quanto status social.
O feminismo, quanto um movimento e uma filosofia, tem origem na Europa Ocidental no século XVIII. A primeira sociedade científica para mulheres foi fundada em 1785, em Middelburgo, uma cidade ao sul dos Países Baixos.
Com a expansão do capitalismo e a Revolução Francesa surgem os partidos de esquerda onde as mulheres encontram espaço para manifestações. Os partidos precisavam de mais colaboradores e as mulheres precisavam de um espaço para as manifestações, como por exemplo, o direito ao voto – aliando daí interesses de ambas as partes.
Na busca de ampliar as idéias liberais, as feministas defendiam que os direitos conquistados pelas revoluções deveriam se estender a ambos os sexos. Como conquista das mulheres na Revolução Francesa estão a instauração do casamento civil e a legislação do divórcio.
No século XIX, durante a Revolução Industrial, o número de mulheres empregadas aumenta significativamente – sem isso aumentar a diferença salarial entre os sexos, justificando-se pelo fato das mulheres terem seus pais, esposos que as sustentassem.
A primeira convenção dos direitos da mulher, como movimento organizado ocorre em Nova Iorque em 1848. Em 1893, A Nova Zelândia foi o primeiro país a conceder o direito de voto às mulheres. Na Alemanha e o Reino Unido ocorre em 1918 e a França e o Japão em 1945.

Século XX

As reivindicações do movimento feminista – direito ao voto, escolarização e acesso ao trabalho - foram formalmente conquistas nas décadas de 1930 e 1940. Com o contexto das duas grandes guerras, a possibilidade da mulher trabalhar ganha força – como muitos homens estavam envolvidos com a guerra, as mulheres passam a ocupar os postos de trabalhos vagos.
Com o fim de ambas as guerras, surge um movimento de desvalorização do trabalho feminino – restringindo os avanços conquistados ao âmbito legislativo.
Na década de 1960, sob a influência das publicações como O Segundo Sexo (1949), de Simone Beauvoir, o movimento passa a defender a que hierarquia entre os sexos não é uma fatalidade biológica e sim, uma construção social - além da luta pela igualdade de direitos.
Segundo Toffler (1980), três ondas são responsáveis pelas transformações ocorridas no mundo ao longo dos séculos – que alteraram a vida em sociedade, o modo de trabalho e produção, a política e o comportamento humano.
A primeira onda é a passagem da sociedade nômade para a sociedade agrícola. O domínio do solo transformou a civilização, que além de tirar a subsistência, se fixa nele. As famílias passam a ser multigeracionais e trabalham juntas – consumindo o que produziam.
A segunda onda surgiu com o advento da Revolução Industrial, assolando o mundo no século XVIII. Transformando o modo de produção, fazendo com que as pessoas deixassem o campo e passassem viver nos centros urbanos, trocando o trabalho do campo pelas fábricas. Transformando-se em famílias nucleares, onde os papéis em relação ao trabalho e à vida em sociedade fossem redefinidos.
A terceira onda que se mantém até hoje, iniciou-se na segunda metade do século XX; tendo como prepulsores a crise de energia, o advento do conhecimento e a globalização – entre inúmeros fatores que se relacionam nesta cadeia de mudanças.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

As Mulheres no Universo das HQs

Independente dos veículos de informação constituir produtos da visão da sociedade como um todo, eles também são formadores da imagem que as pessoas criam. Dessa forma, as produções das historias em quadrinhos acabam assumindo dois papeis: o de produto da visão vigente na sociedade e o de produtor desta mesma visão. As HQs como um instrumento de comunicação disseminam mensagens e ideologias – influenciando na visão de mundo dos seus leitores.

Quando trazemos a analise da relação do universo feminino, sua caminhada e evolução dentro do contexto histórico têm um “desenvolver” de uma sociedade, das conquistas feministas, do novo papel que a mulher se insere na atualidade – descrito e evidenciado pela evolução das mulheres no universo das HQs.

Nos anos de 1913, o que permeava o universo das historias de Pafuncio e Marocas, de George McManus eram os conflitos familiares – situações engraçadas da relação das donas de casas e seus maridos.

Em 1930, surge Betty Boop, uma “revolucionaria” garota dos anos 30, que abusava de sua sensualidade, charme e sedução. Em contraponto, surge Belinda, uma secretaria que se casa e se torna uma típica dona de casa da classe media americana – fútil e despreocupada, mãe de dois filhos e um cachorro – a encarnação da mulher americana ideal.

Nas décadas de 1920 e 1930 as mulheres eram apenas coadjuvantes – uma imagem de fragilidade era comum nas companheiras dos super-heróis; como por exemplo, Lois Lane, a eterna namorada do Superman, que inicialmente, era uma personagem secundária, frágil e sempre em apuros – motivador para as ações heróicas do Homem de Aço.
No entanto, hoje, a repórter do Planeta Diário é bem mais dinâmica e atuante; tanto que acabou se casando com o maior ícone das HQs.

O que vemos nos dias de hoje, são personagens bem diferente; que anteriormente se mostravam sem muito apelo, está acompanhando a crescente afirmação feminina no meio masculino.

Temos como exemplo, Marlo, a esposa de Rick Jones, o Capitão Marvel, é dona de uma gibiteria, de onde tira seu sustento; além de estar gradativamente, ganhando espaço nas aventuras do herói, protagonizando passagens divertidas e se firmando como personagem.

Outro exemplo clássico é Diana Palmer-Walker, esposa do lendário Fantasma; que deixou os estereótipos de mulher dedicada – que só cuida dos filhos e espera a chegada do esposo a noite – para se tornar uma alta funcionaria da ONU, conciliando seu papel de mãe e trabalhadora.

Temos ainda vários outros ícones nas HQs como símbolos da mulher moderna – Radical Chic, de Miguel Paiva, criada em 1982; uma personagem que até hoje busca o homem que consiga entender seu comportamento – uma mulher de pensa, diz e faz tudo que qualquer mulher desejaria – vivendo o papel que quer e não o que a sociedade determina.

Temos ainda a Ré Bordosa, uma mistura de sexo livre, drogas, bebida e noites mal-dormidas, que a tornaram símbolo dos “porraloucas”. Suas ânsias, contradições, conflitos pessoais e filosofias etílicas – mais que motivos para reflexão, eram pura picardia.

Até mesmo Margarida, a namorada do Pato Donald, se transformou na Superpata, provando que a velha e boa intuição feminina suplanta qualquer lógica super-heroíca. Tornou-se a primeira personagem feminina da Disney a ter uma revista exclusiva no Brasil. Margarida surge com um visual reformulado – sem repetir uma única roupa! Lançando 200 edições seriadas; um sucesso incontestável para quem inicialmente se mostrava fútil e submissa.

E para finalizar, temos ainda Mafalda, uma criação do cartunista argentino Quino - uma menina de apenas sete anos de idade; extremamente politizada e preocupada com a humanidade e a paz mundial.

O que vemos neste breve histórico do “caminhar” das personagens femininas nas HQs é a evolução das relações do feminino com as conquistas ao longo do tempo. Os anseios e aspirações das mulheres são retratados no viver de muitas personagens, como por exemplo, a busca de seu lugar no mundo pelas conquistas profissionais; o fim da submissão ao parceiro; a independência financeira e ainda o adiamento do casamento e da maternidade em detrimento de uma carreira profissional.

O Blog “Clube das Mulheres” traz para você internauta, textos reflexivos e curiosidades sobre esse imenso e prazeroso universo!!

Boa leitura!