segunda-feira, 24 de maio de 2010

História das HQs no Mundo


As primeiras histórias em quadrinhos são datadas do começo do século XX.
Com o avanço da imprensa e dos novos meios de impressão, buscavam-se novos meios de comunicação e expressão gráfica e visual – favorecendo assim, o desenvolvimento desse meio de comunicação de massa.
Entre os precursores estão o suíço Rudolf Topffer, o alemão Wilhelm Bush, o francês Georges Colomb e o brasileiro Ângelo Agostini.
Os primeiros quadrinhos tinham uma conotação humorística, dando assim origem ao nome de comics, que em inglês significa, cômico.
Os temas eram basicamente travessuras de crianças e bichinhos, os boy-family-dog- strips. Algumas destas histórias eram Little Nemo, de Winsor McCay, Mutt & Jeff, de Bud Fisher, Popeye, de E. C. Segar e Krazy Kat, de Georges Herriman.

Na década de 1930, após a crise da Bolsa de Valores de 1929, inicia-se uma nova fase das histórias em quadrinhos, introduzindo mais quatro novos gêneros: a aventura, ficção científica, policial e aventuras na selva – entre eles, Flash Gordon, de Alex Raymond, Dick Tracy, de Chester Gould e Tarzan, de Hal Foster.
Surge também na década de 1930 o primeiro herói uniformizado, o Fantasma, escrito por Lee Falk e desenhado por Ray Moore. Falk também cria o Mandrake, o mágico, desenhado por Phil Davis.
No final da década de 1930, surge o Superman, de Siegek and Shuster – o primeiro super-herói que possui uma identidade secreta. Ele foi criado em 1933, porém só chega às bancas em 1938 pela DC Comics, na revista Action Comics 1.
Com o inicio da Segunda Guerra Mundial, as histórias em quadrinhos passam a despertar os interesses políticos.
Em 1939 surge Namor, o Príncipe Submarino, um híbrido humano-atlante e Tocha Humana, um andróide flamejante, dotado de avançada tecnologia que o contato com o oxigênio, podia inflamar-se. Em 1946, acompanhando o espírito da criação da Organização das Nações Unidas, surge o efêmero All Wiiners Aquad (no Brasil, os Invasores), composto por Namor, Tocha Humana, Capitão América, Miss América e Whizzer.
De 1940 a 1945 foram criados aproximadamente, quatrocentos super-heróis – a história em quadrinhos evolui, expande suas fronteiras, tornando-se parte da cultura de massa. Desta vasta geração de super-heróis destacam-se Batman, de Bob Kane e o Capitão Marvel, de C.C. Beck.
Nos anos de 1950, os quadrinhos foram alvos das maiores críticas. O psiquiatra Frederic Wertham acusa em seu livro, A Sedução do Inocente, os quadrinhos de corrupção e delinqüência juvenil. Defendia que havia um “verdadeiro intento subversivo” por trás dos quadrinhos. Ele argumentava que a Mulher Maravilha representava idéias sadomasoquistas e a homossexualidade da dupla Batman & Robin.
Wertham argumentava ainda que os quadrinhos incitavam a juventude à violência – surgindo daí, um Código de Ética, limitando o alcance e a maneira de enfocar os assuntos.
Como marco do começo da era intelectual dos quadrinhos, com uma valorização do texto sobre a imagem, surgiu Peanuts, de Charles M. Schulz – uma tira de jornal, aparentemente inocente, sobre um grupo de crianças.
Charlie Brown, personagem principal, um menino de seis anos, um perdedor nato – simbolizando a insegurança, a ingenuidade, a falta de iniciativa – um eterno esperançoso; e seu cão Snoopy, um beagle filosófico em cima de uma casa vermelha.
Na década de 1960 inicio-se a Era de Prata dos quadrinhos – uma renovação no mundo dos super-heróis iniciada com o novo Flash da DC Comics. Há uma retomada dos personagens Superman, Mulher Maravilha, Batman e Aquaman.
Com o sucesso da DC Comics, Martin Goodman, diretor da Atlas Comics pediu a seus escritores e desenhistas para criarem super-heróis capazes de fazer frente à Liga da Justiça da América. Surgi daí, o Quarteto Fantástico, criado por Jack Kirby e Stan Lee, pela Marvel Comics, empresa herdeira da Atlas Comics.
Por trás de um grupo de amigos vitimados por um “acidente cósmico” e que acabam ganhando superpoderes, o Quarteto Fantástico fazia um forte paralelo com a mais significativa questão política daquele momento – a Guerra Fria e a paranóia anticomunista.
Segundo René Gomes Rodrigues Jarcem 1, “O Quarteto Fantástico foi à resposta dos quadrinhos ao apelo do dirigente da nação. Eles personalizavam a nova era espacial, na qual seus heróis estavam dispostos a arriscar tudo, até mesmo à própria vida, para estar a um passo adiante da ameaça vermelha”.
Com o sucesso do Quarteto Fantástico, foram criados novos heróis da Marvel que estão em destaque até os dias atuais como o Homem- Aranha, Hulk, Thor, Home de Ferro,
X-Men entre outros.
Na década de 1970, surgem os quadrinhos underground, vendidos de mão-em-mão. Dentre as publicações mais conhecidas estão: Crumb, de Gilbert Shelton, S Clay Wilson, Victor Moscoso e Bill Griffin; Ken Parker, de Berardi e Milazzo, Corto Maltese, de Hugo Pratt e O Clic, de Milo Manara.
Nos anos 80, os americanos criam o grafic novel, romance gráfico; direcionado para o público adulto. Frank Miller; faz uma releitura de Batman, e cria Elektra Assassina; David Gibbons e Alan Moore criam Watchmen e Neil Gaiman cria Sadman – violência, insanidade, sensualidade e dúvidas existências passam a habitar os quadrinhos.
Na década de 1990, é fundada a Image Comics, composta pelos melhores desenhistas de historias em quadrinhos da Marvel Comics e DC Comics – trazendo dois momentos históricos para o mundo das HQs – a colorização computadorizada e a influencia dos Mangas, os quadrinhos japoneses na caracterização dos personagens – influenciando nos traços dos desenhistas americanos.
No inicio dos anos 2000, após o ataque terrorista de 11 de setembro nos EUA, há um resgate ao estilo da arte dos pioneiros dos quadrinhos da Era de Prata e da década de 1980. Com o avanço tecnológico do cinema, passa-se a fazer adaptações desses super-heróis, como por exemplo, Homem-Aranha, Elektra, Quarteto Fantástico, X-Men, Batman, Hulk, entre outros.